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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Você não é isto! - Eu, o Outro - Centro Cultural Banco do Nordeste (Fortaleza-CE), 2008.


Você é esta imagem que construiu?

A identidade somente se torna uma questão quando está em crise, quando algo que se supõe como fixo, coerente e estável é deslocado pela experiência da dúvida e da incerteza. (MERCER, 1990, p. 43)
Por uma necessidade de adaptação a contemporaneidade que é freqüentemente renovada, a identidade cultural do individuo, perdeu seu caráter de estável, tornando-se cada vez mais provisória, uma celebração móvel[1], ao assumirmos posturas distintas, dependendo de onde estamos pela necessidade de sobreviver em um mundo feito de analogias.
Sabendo que a identidade, numa concepção sociológica, reflete a complexidade do mundo moderno, e talvez por isso, exista uma natural tendência de buscarmos a aprovação do outro, na busca dessa aprovação, se constrói e desconstrói identidades, fragmenta-se em múltiplos..

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Fotografias: Luciana Magno

  

“Você não é isto!”, objetiva discutir esta crise de identidade, instaurada pelo mundo contemporâneo, a partir de uma reflexão sobre a estabilidade do “eu”, isto é, do quanto este deslocamento das identidades culturais, se configuram numa perda de si, provocada pelo bombardeamento de informações, obrigações e imagens, instituindo que tipo de pessoas se devem ser, que atitudes tomar, que marcas e aparências consumir, como resultado da interação do “eu” com a “sociedade”, que segundo HALL:
 Esta perda de um “sentido de si” estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento ou descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento – descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos – constitui uma “crise de identidade” para o individuo. (HALL, 1992, p. 9).

[1] Termo cunhado por Stuart Hall, para referir-se ao sujeito pós-moderno que possui uma identidade móvel, formada e transformada pelos sistemas culturais que o rodeiam. 




Para além do espaço expositivo, ocorreram pequenas ações em banheiros públicos e em determinados pontos da cidade, como salões de beleza, muros e postes da cidade de Fortaleza.




Exposição EU, O OUTRO
PROJETO CONTRA-FLUXOS - Intercâmbio Belém-Fortaleza

Curadoria: Solon Ribeiro e Val Sampaio
Realização: Centro Cultural Banco do Nordeste, Territórios Híbridos FAV/ICA/UFPA)

Trânsitos Mutantes (Intervenção Urbana) - Arte Pará 2007

Fotografia: Carol Abreu

Trânsitos Mutantes foi uma intervenção feita por Carla Evanovitch, Eduardo Wagner,e Murilo Rodrigues, com o objetivo de chamar a atenção sobre as múltiplas relações de trânsito da cidade e os crescentes dados estatísticos que comprovam o grande número de acidentes de trânsito nas grandes cidades, vitimando enormemente seus moradores. A intervenção urbana surgiu com o objetivo de buscar uma reflexão sobre o trânsito da Cidade de Belém e sobre a necessidade de voltar o olhar dos habitantes para uma questão organizacional do espaço urbano, resgatando como prioridade os “signos” criados para instituir uma comunicação entre veículo e cidade, e que vem sendo ignorado por imprudência de condutores e pedestres.
De modo que tal imprudência materializa-se no caos urbano, que se instaura no cotidiano da população sem nenhum estranhamento, como resultado de uma urbanização que desenfreada, tende a se agravar. 
Uma vez que a obra conjugava-se com a cidade e seus signos, o local onde foi desenvolvida a intervenção foi o Viaduto do Coqueiro, localizado na BR-316, no município de Ananindeua – Região Metropolitana de Belém, em meio a um anel viário. Na ocasião, literalmente nos inserimos no centro do tráfego atingindo um grande número de transeuntes




O projeto da Intervenção.



   



Trânsitos Mutantes, 2007 - Intervenção Urbana, Viaduto do Coqueiro - Ananindeua/PA.  
Carla Evanovitch  Eduardo Wagner,e Murilo Rodrigues.